As commodities e a inflação

Na midia - Asset 1

A estabilização de preços de matérias primas em nível elevado pode atrapalhar a desinflação global?

O processo de desinflação nos EUA e outras economias, que parecia progredir bem, enfrenta desafios recentes. O Banco Mundial destaca que a estabilização dos preços das commodities após uma queda contribuiu para a desinflação global, mas essa tendência mudou em meados de 2023.

Para Carlos Thadeu Freitas Gomes, nosso economista sênior, as commodities caras têm um risco menor para a inflação brasileira em 2024, mas há preocupações para 2025. Ele projeta uma inflação para o IPCA de 3,3% este ano e 3,7% em 2025, podendo se aproximar de 4%.

Ainda acredita que no Brasil, as commodities agrícolas como soja e milho têm impacto limitado na inflação, enquanto os bens industriais não representam uma preocupação. O petróleo poderia afetar a inflação, mas o congelamento dos preços no Brasil pode mitigar esse impacto em 2024. Já a inflação de serviços, influenciada pelo mercado de trabalho aquecido nos EUA, é uma incógnita para 2025, especialmente devido a possíveis rupturas na oferta de grãos devido ao fenômeno La Niña e mudanças na pecuária no Brasil.

Por fim, Thadeu observa que os movimentos típicos opostos entre commodities e dólar não estão acontecendo atualmente, com as commodities em alta e o real desvalorizado. No entanto, ele acredita que esse padrão pode retornar se a inflação de serviços nos EUA diminuir, aliviando a pressão sobre os juros e a tendência de alta do dólar.