Cenário fiscal sinaliza pessimismo no médio prazo

A perspectiva para o cenário fiscal no Brasil está pessimista no médio prazo devido às dificuldades do governo em realizar ajustes fiscais e à falta de estabilização da dívida pública, mesmo após a implementação da PEC da Transição e do novo arcabouço fiscal. Luís Cezário, nosso economista-chefe, afirma que o aumento contínuo dos gastos e a necessidade de elevar a carga tributária são desafios significativos, especialmente considerando a resistência do Congresso ao aumento de tributos.

Em 2026, ano de eleições presidenciais, a situação fiscal deve estar ainda mais crítica, com o risco de contingenciamento de custos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e possíveis conflitos com o presidente Lula sobre os gastos com infraestrutura e projetos sociais. No entanto, Cezário vê uma possível janela de otimismo no curto prazo, caso o governo adote uma postura pragmática e ajuste as medidas fiscais.

Na política monetária, Cezário prevê manutenção da taxa básica de juros pelo Copom, apesar da desaceleração da inflação, devido ao mercado de trabalho aquecido e à demanda elevada, que podem elevar a inflação novamente. A cautela é recomendada, considerando a desancoragem das expectativas de inflação e a incerteza sobre as ações do Federal Reserve, que podem impactar a taxa de câmbio.

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