Pausa no ‘excepcionalismo americano’ e fluxo de capital para o Brasil
Para nosso gestor de renda variável e moedas, Pedro Carneiro, a economia americana passa por uma desaceleração, mas ainda deve se manter superior ao restante do mundo. Ele avalia que pode haver uma pausa no chamado “excepcionalismo americano”, considerando os dados econômicos recentes:
“Pode ter acabado momentaneamente [o excepcionalismo americano]. No momento, os dados têm surpreendido para baixo. O excepcionalismo dura décadas, mas há intervalos onde ele pode não ser tão bom, principalmente depois de tantos anos de valorização seguida. Pelo menos, acho que deve ter uma pausa.”
Pedro destaca que a economia dos EUA vinha sendo impulsionada por estímulos fiscais e que há agora uma intenção de ajuste fiscal mais rígido:
“O primeiro impacto que tem é a queda de demanda porque a economia estava viciada em estímulos.”
Sobre o fluxo de capital para o Brasil, ele explica que parte dos investimentos estrangeiros que chegaram recentemente ao país foi de curto prazo:
“O investidor de longo prazo ainda não vem diante da incerteza e da distância da eleição. Tem um risco grande de piora fiscal antes de enxergar uma mudança de governo.”
Diante desse cenário, mantemos uma posição reduzida na bolsa brasileira, focada em concessões públicas como a Sabesp, além de uma postura cautelosa em juros e câmbio:
“Não entramos nessa aposta de dólar mais fraco em função do risco fiscal de o governo já estar em campanha para 2026 e vir com mais estímulos.”